A proximidade com as coisas e até com as pessoas..., leva a que, muitas vezes, não nos apercebamos das alterações que vão sofrendo. No final do último treino que fiz com os alforges carregados notei a bicicleta muito instável e vibrações não habituais, mas como tal coincidiu com um furo lento, atribui tal facto ao furo.
Durante a voltinha de Quinta-feira tive a mesma sensação de instabilidade. Pensei que se tratasse da necessidade de reapertar o cubo traseiro que recentemente tinha desmontado. Quando cheguei a casa, toca a analisar o que se passava e fiquei pasmado com as folgas no sistema de suspensão traseira. A charneira principal, junto ao pedaleiro tinha uma enorme folga e toca a desmontar. Felizmente que tem afinação. Bastou reduzir o perímetro do casquilho em 0.5mm, lubrificar, montar e impecável.
Haviam ainda mais quatro charneiras que apresentavam folgas laterais da ordem do meio milímetro em consequência do desgaste dos casquilho de carbono e também do próprio quadro. Pareceu-me que o melhor seriam anilhas em bronze para compensar as folgas, mas e encontra-las.... A alternativa foi fazê-las em alumínio. Demorou tempo, mas consegui! E ficou impecável. Já fiz quase 100Km e não se parece nada com o que era... muito mais precisa e sem vibrações.
Estou consciente que mais dia menos dia, as rugas/folgas vão voltar a aparecer. Considerando a idade da bicicleta e que a marca deixou de ter representação em Portugal, não vai ser fácil encontrar os casquilhos, mas se necessário, vou encontrar uma solução alternativa, nomeadamente com a alteração de casquilhos para rolamentos.
No meio de isto tudo, verifiquei que os pedais (Shimano 747) também estavam cheios de folga.... Mais uma aventura. Desmontei completamente o primeiro e as esferas têm um milímetro de diâmetro... vá lá, não perdi nenhuma, mas foi um quebra cabeças colocá-las no sítio. O segundo já não o desmontei na integra, mas apenas o suficiente para lubrificar e afinar. Foi quase um dia de mecânica, mas valeu a pena!
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